Vivendo em Palafitas

terça-feira, 22 de março de 2011

Penitenciária e Sociedade


Quando ouvimos em Rádios e TVs de nossa cidade a seguinte notícia, “Presos do IAPEN estão denunciando os maus tratos no presídio”, a maioria da população responde, “Os santinhos querem mordomia agora! Porque não pensaram antes de cometerem crimes? E as pessoas que eles mataram, roubaram e que cometeram diversas barbaridades? “Eles tem que sofrer mesmo”, e quando o cidadão é contrariado por um suposto abuso de autoridade e utiliza essa conhecida frase, “eles me trataram como bandido”? Essas e outras situações já fazem parte de nosso cotidiano, mas isso é certo ou errado? Precisamos voltar ao passado da humanidade para tirarmos algumas duvidas.Você sabia que quando seu tetravô vivia, sua sociedade era bem diferente da nossa em relação ao tratamento dos criminosos?



Na Idade Media há 700 anos, nossa sociedade era bastante cruel e severa no tratamento do ato ilícito, chegando ao ponto de queimar em fogueira o suposto criminoso. Nossos antepassados acreditavam que a tortura era um instrumento divino para a salvação da alma do herege, quando o indivíduo era acusado de um crime, ele poderia ter toda a certeza que iria morrer, na época existia uma suposta misericórdia para o réu, segundo seus julgadores quando o preso era réu confesso sua alma seria salva, mas o seu corpo virava torrada, já aquele que não assumisse seu ato seu corpo e alma iria queimar no fogo perpetuo do inferno, ou seja, não tinha jeito o delinqüente ia mesmo para a fogueira. E você diz: Que povo cruel, desumano e sem coração! Infelizmente a cultura era “OLHO POR OLHO E DENTE POR DENTE”. Mas hoje no século 21 como é essa realidade?


Depois da evolução humana por meio da luta pelos direitos humanos vários decretos e legislações foram criados, para proteger e resguarda o direito a vida dessas pessoas, como a lei Nº 7.210 de 1987 LEP, que fala sobre os direitos e deveres do preso.
O Sistema Penitenciário Brasileiro serve de pretexto para ressocializar o indivíduo, ou seja, a pessoa que comete um crime não esta apto para conviver em sociedade, e por isso do ato de colocar atrás das grades o criminoso, para então ressocializa-lo segundo as leis penais de nosso país. Depois de recuperado por meio de varias atividades psicossocial, religiosas, culturas e principalmente educacional e profissional, o Ex-criminoso esta apto para o retorno ao convívio social.


Mas como não existe de fato um processo operante no país de ressocialização, até por incentivo da própria sociedade que não percebeu a importância de ressocializar, não acredita nesse meio por ainda não ter chegado ao ponto de esclarecimento desse assunto tão importante, rejeitando o que seria sua própria segurança, que é o criminoso restaurado acabando com o alto índice de crimes cometidos por pessoas que não conseguiram ressocializar-se.
O único meio de recuperação do preso é a própria autoressocialização, que o indivíduo que comete o crime arrependendo-se do seu ato começa a perceber que a sua vida não está no padrão social e começa a rever seus conceitos e procura por um meio invisível se ressocializar, que coisa estranha! Mas é a pura realidade do sistema prisional brasileiro. 
 

Na última sexta-feira (18), o Agente penitenciário Emerson Barbosa lançou um livro descrevendo toda a história do sistema penitenciário do Amapá. Se você estiver interesse de conhecer a história do sistema penitenciário do Estado é só entrar em contato com Emerson pelo fone:
8133-7102 ou 9141-6656, e boa leitura.

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